Tocantins, 18 de April de 2025 - Mira Jornal - 00:00
MIRACEMA/Preparada para ser festeira, outra vez.
MIRACEMA/Preparada para ser festeira, outra vez.

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Desde os primórdios anos 20 até o final da década de 40, tudo era motivo de festa naquele entreposto comercial – hoje Ponto de Apoio - durante a euforia da compra e venda e troca-troca de mercadorias advindas das subidas e descidas das embarcações pelo rio Tocantins, revelam pioneiros da terra de Pedro Praxedes.
Um deles recorda do chamado ‘gurufim’, uma forma de velório onde o adeus ao falecido era com rodadas de café, cachaça e 'contação' de causos e piadas.
Mesmo depois de ser emancipada de Santa Maria do Araguaia (hoje Araguacema) em 1948, as festas aconteciam raramente, com mais louvor até porque Miracema era então um novo município de Goiás, porém, mais tarde, a filha do Norte foi presenteada com o abandono, embrulhado no papel do esquecimento, sob laços de promessas não atados.
Apesar disso, o espírito festeiro da gente da terra prometida sobrevivia, fomentado pelas campanhas eleitorais, quando traziam da capital (Goiânia) um pouco de tudo, com direito inclusive a comes e bebes e shows artísticos.
Logo chegou a década de 80, trazendo como cartão de visita a enchente que inundou a pacata cidade, fazendo nascer a cidade alta. Disse um pioneiro a este escriba: “Lavou os males da cidade e trouxe a cidade nova, com mais festas ainda”.
Previsão consumada: duas cidades em uma; com os carnavais de rua e seus blocos de embalo, bailes homéricos no Iracema Clube, delírios no Apolo 11 e Boate Caverna e contagiante amor aos esportes (handebol, futebol de campo e salão, principalmente).
A festa divisora de águas aconteceu em 1988, quando a terra prometida passou a ser do Tocantins. Logo foi escolhida para ser o berço do novo estado, a capital provisória do Estado do Tocantins, um motivo a mais para festejar sempre.
Mas, com a saída prematura da capital, foi junto à possibilidade de progresso, a expectativa de desenvolvimento, calando sua gente e apagando sua cultura, só restando o sonho dos que ficaram.
Vieram os anos 90 e com eles a esperança, quando aconteciam os bailes de Debutantes, viradas do Réveillon, programa Show de Domingo, Baile da AABB, a Praia Mirassol (que deixou de ser praia do Búfalo), voltaram os Festejos Religiosos, foi criado o Miracaxi (1997), as Quadrilhas Juninas, entre outros.
No entanto, nada foi capaz de frear as transferências dos órgãos estaduais e federais para a capital definitiva (Palmas), tampouco segurar empresários, investidores e até políticos que debandaram para a nova capital.
O Iracema Clube sucumbiu na ausência e descaso dos associados, levando consigo o Show de Domingo, enquanto o tradicional Baile da AABB se perdeu com o tempo.
Já o Carnaval incorporado ao Miracaxi e a Praia Mirassol, em novo formato, evoluíram e resgataram a saudável denominação de 'festeira cidade'. Hoje podemos assegurar que a Praia Mirassol e o Miracaxi, assim como a instalação da Praia do Funil, a descoberta da Praia do Paredão recolocaram Miracema do Tocantins, na vitrine de importâncias aos olhos de todo o Brasil.
Resta saber se a pandemia do novo coronavirus foi o último freio que vem impedindo a eterna primeira capital do Tocantins de voltar a ser aquela outrora cidade festeira.
Jornalista José Carlos de Almeida
73º ANIVERSÁRIO/Cidade mais que maravilhosa; uma Terra Prometida
73º ANIVERSÁRIO/Cidade mais que maravilhosa; uma Terra Prometida


Em 25 de agosto de 1948, a Lei Nº 120, sancionada pelo então governador de Goiás, Jerônimo Coimbra Bueno, criava o município de Miracema do Norte, cuja instalação ocorreu dia 1º de janeiro de 1949, sendo nomeado o prefeito Nereu Gonzalez Vasconcelos, sucedido pelo primeiro prefeito eleito, Eurípedes Pereira Coelho, em 29 de maio de 1949.
Quarenta anos depois de sua emancipação, Miracema do Tocantins, foi escolhida, dia 7 de dezembro de 1988, para ser capital provisória do novo estado – Estado do Tocantins - criado pela promulgação da Constituição de 5 de outubro daquele ano.
Uma decisão salomônica do primeiro governador do Estado, José Wilson Siqueira Campos, para evitar uma disputa entre Porto Nacional, Gurupi e Araguaína, que queriam ser capital provisória (quem sabe depois reivindicar ser definitiva) optou por Miracema, terra de seu amigo Raimundo Nonato Pires dos Santos (Raimundo Boi) e próxima à região onde escolheu para edificar uma cidade (Palmas).
Em 1º de janeiro de 1989, já denominada Miracema do Tocantins, passou a ser a primeira capital do Estado, quando nela foram instalados os Três Poderes (Executivo – Legislativo - Judiciário) e estabelecidas as primeiras decisões e soluções do mais novo estado brasileiro, a 26ª estrela da Bandeira do Brasil.
O berço nascedouro do Tocantins, a partir daí, sorriu, sofreu e chorou. A felicidade estampada em sorrisos quando recebia inúmeras pessoas – investidores, aventureiros, empreendedores e trabalhadores em geral – vindas de todas as partes do país, em apenas um ano foi transformado em sofrimento, que levou os miracemenses ao desespero, que lhe impôs um choro que parecia eterno.
Um suposto desentendimento entre o primeiro governador do Tocantins, José Wilson Siqueira Campos e o então prefeito de Miracema, Sebastião Borba dos Santos, que teria como motivo o domínio das cotas do Fundo de Participação do Estado e do Município, provavelmente tenha antecipado a transferência da Capital para Palmas, começada a ser construída dia 20 de maio daquele ano.
A transferência aconteceu seis meses e alguns dias depois de iniciada a obra, ainda em barracões, sem infraestrutura e de forma improvisada.
A partir dai Miracema do Tocantins passou a conviver com um caos social. Esperanças perdidas, descasos injustos e desdém ao passado recente, consumiram a auto estima da gente miracemense, a confiança nos politicos e o medo de uma cidade falifa, que provocou êsodo social.
Uma lei que transforma Miracema em capital por um dia - 7 de dezembro - até os dias de hoje vem tentando adoçar o gosto amargo de uma vida imposta por aqueles que arrancaram abruptamente a capital por causa do capital. Fato que não conseguem, até porque, quando apparecem, vêm de forma inclopeta e improvisada.
A cada quatriênio, Miracema elege um 'suposto salvador da pátria', agradando um grupo e dentrimento de outro numa cidade então desunida pelo desemprego e pela miséria periférica, até que um, próximo ma inanimidade, acabou sendo assassinado ... e pior: um crime que vem compensado a que executou e, quem sabe, peincipalmente a quem mandou.
Tenho Dito.
José Carlos de Almeida
2 anos e 11 meses sem justiça: Mistério continua e se aproxima dos 3 anos sem elucidação
2 anos e 11 meses sem justiça: Mistério continua e se aproxima dos 3 anos sem elucidação

2 anos e 11 meses sem justiça: Mistério continua e se aproxima dos 3 anos sem elucidação
sob justificativa de investigação sigilosa, resguardado informações, mas deixando subentendido um suposto crime com motivação política.
Apesar da prisão de um suspeito de ter assassinado o prefeito em 30 de agosto de 2018, fato ocorrido há alguns meses, em São José do Xingu/MT, a Policia Civil não informa a versão do preso, tampouco porque não foi ainda recambiado para prisão tocantinense.
O crime que neste 30 de julho completa exatos 2 anos e 11 meses sem elucidação, vem demonstrando que no mais novo estado brasileiro, ‘o crime pode compensar’, em plena era tecnológica, onde câmeras, computadores e quebra de sigilo de redes sociais, indiciam quaisquer mobilidades.
Basta observar que a primeira capital do Tocantins, foi uma das primeiras cidades a contar com um centro de monitoramento, incrementado pelo próprio prefeito Moisés Costa, com aquisições de câmeras, equipamentos e concessões diversas, inclusive de servidores.
Embora a maioria da população continua incrédula, a viúva e familiares de Moisés da Sercon, assassinado dia em pleno exercício do cargo para o qual foi eleito com mais de 84% dos votos, permanece acreditando que logo terá a noticia identificando autoria e mandante do crime que comoveu Miracema, abalou o Tocantins e indignou o Brasil.
O CRME
Num inesquecível 30 de agosto de 2018, ainda pela manhã, o então prefeito da primeira capital do Tocantins, conhecido por Moisés da Sercon, em sua caminhonete, seguiu para a cidade vizinha (a 22 km) Miranorte, onde deixou funcionários num posto de combustível (cliente de seu escritório de contabilidade) e chegou à prefeitura daquela cidade, onde conversou com o gestor e teria saído rumo ao posto pegar os funcionários para retornar à Miracema do Tocantins. Estes teriam esperado Moisés por muito tempo, sem que tivessem noticias dele.
Já na metade do dia veio a noticia estarrecedora: Moisés foi encontrado morto, com um tiro na cabeça, dentro de sua caminhonete, numa estrada vicinal entre Miranorte e Rio dos Bois.
O desespero da família e a comoção popular se estampavam na primeira capital, enquanto a pergunta que nunca calou, ecoava em todos os cantos do município e do estado: Quem e por que matou Moisés?
Por José Carlos de Almeida
O homem que fez nascer e curou vidas, se despede de sua terra prometida
O homem que fez nascer e curou vidas, se despede de sua terra prometida


O homem que fez nascer e curou vidas, se despede de sua terra prometida
_____ CONHEÇA A HISTÓRIA DO MÉDICO QUE AMAVA MIRACEMA ____
Num triste sábado à noite, de 10 de julho deste 2021, vencido no combate contra um infarto iniciado no dia anterior, o médico clínico e obstetra Francisco Francimar Gonçalves Ferreira, foi abraçado pela morte aos 81 anos, deixando viúva Edivan Parente Aguiar, com quem foi casado por 45 anos e teve três filhos.
Entre um final de tarde e inicio de noite de um indesejado domingo (11), seu corpo baixou sepultura em sua 'terra prometida', quando chegou em 1973, após nascer no Ceará, se formar em Medicina em Pernambuco, passando por Goiânia até se render à Miracema onde se fixou desde a então do Norte até do Tocantins.
Tamanha perda que se entende, mas difícil de compreender, nos remete a uma partida fora de tempo, antecipada, suprimindo feitos, pois o abençoado médico tinha muito a fazer em sua existência, mesmo após uma aposentadoria vencida que esperou 14 anos para aceitar e requerer.
Numa entrevista que fiz com ele há 30 anos (1991) pela então Rádio Anhanguera AM, quando ressaltou sua religiosidade e destacou o bispo da época Dom Jaime Collins (1921/2002), que entrevistei na semana anterior, ele já decantava a cidade de Miracema como sua ‘terra prometida’.
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Numa cerimônia da ACIAM realizada na AABB em 2018, Dr. Francimar recebe homenagem do odontólogo Dianarú Barros
HISTÓRIA
Francisco Francimar Gonçalves Ferreira, nasceu dia 3 de março de 1940 no sítio Tabuleiro de Dentro, em Umari, interior do Ceará. Seus pais, Alexandre Gonçalves de Araújo e Maria ferreira Lima, pequenos pecuaristas que sobreviviam da produção de leite e fabricação de queijos, ávidos devotos de São Francisco de Assis, tiveram ainda outro filho batizado de Francisco de Assis Gonçalves Ferreira.
Em 1950, ainda com 10 anos de idade, o jovem Francimar saiu de casa para iniciar seus estudos em Ipaumirim/CE. Naquela época foi cuidado por uma prima, mãe de sua professora Zenira Gonçalves, que a chamava de sua segunda mãe.
Terminando o estudo primário foi para a cidade de Cajazeiras/PB, onde fez exame de admissão ao Colégio Interno dos Padres Salesianos, obtendo excelente classificação. Quando completou 18 anos, justificado pelo excelente nível de escolaridade e comportamental, obteve a condição de aluno externo, para servir o Exército Brasileiro (1958).
Após o serviço militar e conclusão do curso Ginasial, Francimar voltou pra sua terra natal, onde na capital Fortaleza, ingressou no curso Científico. Época que morou sozinho, num precário hotel distante dos pais e do irmão. Mais tarde conseguiu vaga na Casa dos Estudantes, quando trabalhava em serviços diversos para manter alimentação e pagar taxa da casa de apoio.
Pronto para ingressar numa faculdade, Francimar mantinha acesa a chama, cada vez mais viva, de ser um médico, inspiração vinda de seu tio, Dr. Alexandre. Comprando livros em ‘sebos’ da região e por dois anos participando do curso pré-vestibular, finalmente conseguiu passar e ingressar na Faculdade de Medicina de Ciências Medicas em Recife/PE.
Enfim chegou o dia da formatura, quando com a presença dos pais, recebeu o chamado diploma superior, com certificação de habilitação para exercer a medicina.
Em busca da primeira colocação como profissional de medicina, encontrou dificuldades naquela capital pernambucana, percebendo igual situação em sua terra natal (Ceará), então decidiu tentar o estado de Goiás, onde havia oportunidades de trabalho nas cidades do interior.
Passou quatro meses em Goiânia/GO aguardando contratação, quando surgiu vaga num posto de Saúde em Xambioá, mas devido à consciência de estar preparado para exercer medicina num hospital, devido à complexidade exigida, e ainda naquela época a Guerrilha do Araguaia era um fator marcante na história daquela cidade, preferiu aguardar até que um dia a cidade que chamava de ‘terra prometida’ surgiu em sua vida: Miracema, então do Norte do Goiás.
Para conquistar a vaga surgida naquela cidade, que 15 anos depois seria consagrada capital provisória de um novo estado, teria que passar por 22 dias de avaliação em Porto Nacional, considerada cidade referencia em medicina no norte goiano.
Enfim, dia 23 de junho de 1973 o já Doutor Francisco Francimar abraçou a sorte, um lugar que viveu por 48 anos, até ser abraçado pela morte.
Esse momento histórico aconteceu exatamente embaixo do Cruzeiro cravado no alto da margem esquerda do rio Tocantins - hoje Ponto de Apoio - onde atracou numa modesta embarcação, recepcionado por Dr. Quincas (Joaquim Sardinha Neto) e Quirino de Sousa Ribeiro (seu amigo irmão camarada), pisou no chão de sua terra prometida.
Dr. Francimar foi acolhido no Hospital da OSEGO (Organização de Saúde do Estado de Goiás) - como era conhecida a Unidade Mista de Saúde de Miracema do Norte - pelos colegas médicos Dr. Ailton Romero, Dr. Franklim Amorim e funcionários daquela instituição, onde trabalhou e residiu no primeiro ano de moradia em Miracema – época que fazia as refeições no restaurante do Zezito - até adquirir sua própria casa onde morou até seus últimos dias de vida.
“Foi a realização de meu grande sonho, trabalhar num hospital, cuidando e curando gente”, dizia Dr. Francimar que substituiu a obstetra Dra. Elizabeth Kipman Cerqueira, dando continuidade e consolidou o projeto da Maternidade Mãe Domingas, fundada em 3 de abril de 1972, cujo nome popular homenageia a parteira Domingas Martins da Silva, que realizou mais de cinco mil partos.
Na maternidade denominada tecnicamente por CAMI-MN (Centro de Assistência Maternidade e Infância de Miracema do Norte), até o descredenciamento feito pelo SUS em 1999, foram contabilizados exatos 11.503 partos, nesse período cerca de cinco mil deles foram feitos por Dr. Francimar, onde trabalhou por 13 anos.
Nos 48 anos, desde que pisou em sua 'terra prometida', além do Hospital da OSEGO e da Maternidade Mãe Domingas, Dr. Francimar trabalhou por anos e dirigiu por várias vezes o Hospital de Referencia de Miracema.
Por inúmeras vezes foi convidado a trabalhar em outras cidades e até estados, mas sempre preferiu ficar junto aos seus, na sua ‘terra prometida’, inclusive na época da enchente de 1980, quando centenas de casas foram destruídas - inclusive a sua - preferiu continuar cuidando de sua gente e chegou a morar um tempo na Fazenda Sucupira, herdada por sua esposa Edivan Parente.
Com a noticia de sua partida, choros e lágrimas demonstraram o tamanho da perda nos rostos da maioria dos miracemenses.
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Dr. Francisco Francimar e sua esposa Edivan Parente.
HONRARIAS
Entre os lamentos, foram lembradas suas ações, além do bem cuidar, da competência e do amor ao próximo, seus marcos como:
Fundador da Maternidade Mãe Domingas;
Fundador e Tesoureiro da 1ª Diretoria do CRM (Conselho Regional de Medicina) do Tocantins;
Diretor do Hospital de Referencia de Miracema;
Sócio Benemérito da APAE Miracema;
Diretor do Sindicato Rural de Miracema do Tocantins;
Sócio da Cooperativa Vale do Tocantins.
Dr. Francimar ainda foi outorgado com:
Atestado de Pioneiro do Tocantins (Casa Civil 08/11/1990;
Título Honorífico de Cidadão Miracemense (1994/Ver. Zacarias Jardim e 2003/Ver. Paulo Moraes);
Troféu Imprensa (1997/MIRA Jornal);
Comenda Mérito de Trabalhador (2001-2004/Rainel Barbosa).
LEGADO
O legado principal construído por Dr. Francimar, conforme dizia, foi a família: sua esposa Edivan Parente de Aguiar Ferreira, filha de Propício Costa Aguiar (Parrião) e Elza Parente Aguiar, sua única mulher (casados por 45 anos) e eterno amor, abençoado com três filhos nascidos na Maternidade Mãe Domingas: Adler (31/10/1978), advogado, casado com a psicóloga Divina Costa, residentes em Goiânia/GO; Thales (03/07/1980), médico, casado com a médica Márcia Figueiredo – que deu o primeiro neto João Pedro -, residentes no Rio de Janeiro/RJ; e Alexandre (12/19/1987), zootecnista, casado com a biomédica Amanda Mortoza, residentes em Araguaina/TO.
Por Jornalista José Carlos de Almeida
Quem não fala consente ?
Quem não fala consente ?


Embora no contexto criminal, o acusado tem o direito de ficar calado, conforme apregoa o Artigo 5º, inciso LXIII da Constituição da República que garante o direito ao silêncio - afinal ninguém seria obrigado a produzir prova contra si mesmo -, no contexto político, econômico e social, o silêncio articula um convite ao vazio a ser preenchido. Calar, não responder pode remeter a culpa.
Segundo Eni Orlandi, autor de ‘As formas do silêncio’ (Editora Unicamp, 2007) “há um sentido no silêncio”, entre o dizer e o não dizer, existe um intrincado processo de atribuição de sentido (que se quiser).
Daí o risco de não dizer, não responder. Não raro, se pôr em silêncio gera uma dimensão implícita do que se poderia dizer, gerando a confusão entre o vazio e o nada.
Na vida social, entre familiares, vizinhos e amigos, o silêncio pode demonstrar fraqueza, submissão ou indiferença.
Na ciência econômica, não justificar a procedência e bailar dos números, pode demonstrar incapacidade, incerteza ou especulação.
Já na política, sobretudo partidária, falar é preciso, não somente para dizer para que veio, mas como encontrou e o que poderá fazer. Discutir em público projetos e prioridades, olhar nos olhos e comandar. Neste caso o silêncio pode demonstrar solidão, estar sozinho, ou inexperiência.
Por outro lado, o silêncio pode representar ‘não é chegada a hora’ ou ‘tudo tem seu tempo’, quando na vida social, na contabilidade e na política administrativa, se opta por limpar e arrumar a casa e o comando, priorizando a tropa de elite para a missão, postergando a cavalaria e infantaria para, quem sabe, quando a casa estiver arrumada ou desabada.
Por José carlos de Almeida
ELUCIDADO ?/Preso quem matou, mas quem mandou ?
ELUCIDADO ?/Preso quem matou, mas quem mandou ?


A prisão de um suspeito ocorrida na quarta-feira (3) em São José do Xingu, no Mato Grosso, somente divulgada no dia seguinte, tráz a esperança de uma quase elucidação do covarde crime que tirou a vida do então prefeito de Miracema do Tocantins, numa quinta-feira, dia 30 de agosto de 2018, em pleno exercício do cargo para o qual foi eleito com mais de 84% dos votos.
É ‘óbvio e ululante’ - diria o saudoso jornalista/escritor Nelson Rodrigues - que ao anunciar a prisão e translado do suspeito para o Tocantins, fica sugerido que já houve uma primeira oitiva que fundamentou a comunicação à imprensa e à família, portanto, supõe-se que já existe resposta para a outra metade da pergunta.
Crime de tamanha natureza pode provocar fatos incontroláveis para a segurança do acusado e com certeza, autoridades policiais não correriam o risco de uma exposição que poderia provocar linchamento ou queima de arquivo.
O marqueteiro Fidel Costa disse ao MIRA que esteve na tarde desta quinta na SSP, quando foi confirmado a prisão de um homem de 51 anos, apontado como matador de aluguel, suspeito de ter assassinado seu irmão com um tiro na cabeça.
Fidel, que sistematicamente cobra a elucidação do crime na SSP TO, disse que sempre acreditou na Policia Civil do Tocantins. “Eles (Policia) estão trabalhando com firmeza e responsabilidade. Temos esperança que a justiça vai ser feita e eles vão chegar aos mandantes.
O marqueteiro ainda destacou que "trata-se de um crime de natureza complexa, por isso pedimos ajuda a população, inclusive autoridades policiais de outros estados, criamos um disk denúncia, um instituto, para que trabalhassem juntos com nossa policia pela elucidação desse crime”, e assegurou que acredita que nos próximos dias a policia vai enfim identificar autoria e mandante do crime que abalou o Tocantins.
A partir da divulgação da prisão do suspeito, as redes sociais, principalmente whatsapp, ficaram abarrotadas de especulações e comentários, inclusive depoimentos, sobre a identificação do suspeito. Uma delas reproduzia uma foto apontada como o autor do crime. Outras atribuíam ao suspeito preso, a identificação de Luiz Rodrigues dos Santos, procurado pela justiça tocantinense e maranhense. Também uma reportagem apresentada na TV em março de 2004, onde o acusado foi preso e quase linchado por matar uma mulher, mãe solteira de dois filhos, por encomenda em Cristalândia/TO. Uma internauta chegou a afirmar que conhecia a família do acusado e teria conversado no inicio da semana com a mãe dele, sua vizinha em Miracema do Tocantins.
É importante esclarecer que a Policia Civil do Tocantins, apenas divulgou a idade de um homem preso por vários crimes no Tocantins e Maranhão, foragido da justiça, inclusive fugitivo da penitenciária estadual, como suspeito da morte de Moisés da Sercon. A real identificação do suspeito foi resguardada, o que gerou especulações na internet.
Parece que teremos um final de semana elucidativo. A viúva Camila Fernandes, hoje prefeita da cidade, deve ter recebido a noticia como um presente de aniversário, já que aniversariou nesta quinta-feira, 04, mas quem vai desembrulhar o presente será a policia investigativa. A Policia sabe como desatar o nó, desembrulhar o pacote, abrir a ‘caixa preta’ e mostrar quem encomendou a morte de Moisés.
Por José Carlos de Almeida
Quem matou Moisés? - Dois anos e cinco meses sem resposta; 880 dias da pergunta que nunca calou
Quem matou Moisés? - Dois anos e cinco meses sem resposta; 880 dias da pergunta que nunca calou


Num país injusto como o nosso Brasil, tem sido comuns assassinatos de políticos que se destacam pela diferença.
Amar sua gente, desenvolver sua terra e combater a corrupção, tem custado caro para políticos sonhadores. Eles têm amparo do povo, mas não tem da justiça. Não dos profissionais da justiça, mas sim do contexto da justiça com equipamento e tecnologia aquém da necessidade. Além do mais, em muitas vezes, precisam enfrentar as trancas promovidas pelo interesse capital, razão pela qual merecem aplausos pelo que podem e que deixam fazer pela justiça.
Numa quinta-feira, 30 de agosto de 2018, ainda pela manhã, o então prefeito da primeira capital do Tocantins, Moisés da Sercon, em sua caminhonete, seguiu para a cidade vizinha (a 22 km) Miranorte, onde deixou funcionários num posto de combustível (cliente de seu escritório de contabilidade) e chegou à prefeitura daquela cidade, onde conversou com o gestor e teria saído rumo ao posto pegar os funcionários para retornar à Miracema do Tocantins.
Estes teriam esperado o prefeito por muito tempo, sem que tivessem noticias dele.
Já na metade do dia veio a noticia estarrecedora: Moisés foi encontrado morto dentro de sua caminhonete, numa estrada vicinal entre Miranorte e Rio dos Bois.
O desespero da família e a comoção popular se estampavam na primeira capital, enquanto a pergunta que nunca calou, ecoava em todos os cantos do município e do estado: Quem e por que matou Moisés?
Essa pergunta, dois anos e cinco meses depois, continua sem resposta. Várias especulações invadiram as redes sociais, e a policia investigativa, a cada passo, eliminava algumas linhas de investigação como suicídio, latrocínio e crime passional, enquanto familiares e amigos apostam em crime político, com requinte de crueldade.
Sob a justificativa de se tratar de investigação sigilosa, a policia tem resguardado informações, mas já deixou subentendido que se trata de crime com motivação política, que a autoria tem conhecimento sobre os trabalhos investigativos da policia, e que logo estaria apresentando a elucidação do crime. Mas este' logo', não chega nunca!
Diante de uma investigação protelada pelo tempo, a maioria esmagadora dos miracemenses decidiu evocar sua própria justiça: eleger a viúva Camila Fernandes, prefeita do município, para realizar os ideais do marido, o sonho do prefeito morto, o progresso de um povo e, quem sabe, saber por que mataram Moisés.
Além de chorar pelos 880 dias sem Moisés, a viúva Camila Fernades, marca neste 30 de janeiro, seus 30 dias de gestão como prefeita da cidade por quem seu marido deu a vida.
Por José Carlos de Almeida
Secretariado e Mesa da Câmara viram segredo à ‘sete chaves’
Secretariado e Mesa da Câmara viram segredo à ‘sete chaves’

Neste período pós eleição e pró posse dos eleitos, grupos de whatsapp na primeira capital do Tocantins trocam especulações todo o momento sobre a composição do secretariado municipal, a ser nomeado pela prefeita eleita Camila Fernandes e da mesa diretora da Câmara Municipal para o biênio 2021/22, a ser eleita dia 1º de janeiro.
Tradicionalmente as administrações municipais são compostas pelas pastas: Governo, Planejamento, Administração, Assistência Social, Finanças, Educação, Cultura, Saúde, Agricultura e Pecuária, Transportes, Obras, Esporte, Juventude, Lazer, Turismo, Meio Ambiente e Comunicação, entre outros.
Geralmente, por medida de economia, a gestão acumula até mais de uma pasta numa secretaria, em detrimento da eficiência, ou deixa de criar, por desconhecer sua importância.
Cabe lembrar que os cargos eletivos, no caso, prefeita, vice-prefeito e vereadores, pertencem aos partidos, pelos quais os candidatos foram eleitos. Assim sendo, estes partidos têm o direito de reivindicar vagas na administração, em todos os níveis, inclusive no primeiro escalão da administração municipal.
O Legislativo Municipal, também um poder independente, em Miracema do Tocantins composto por onze vereadores, nas últimas eleições, de acordo com as alianças pró-Executivo, ficou dividido entre as duas principais chapas, sendo cinco nas legendas que apoiaram a candidata vencedora, e seis nas legendas do candidato perdedor.
É público e notório que a gestão municipal precisa de governabilidade, garantida por maioria na Câmara de Vereadores. Por isso, indevidamente, mas necessário, a gestão procura conquistar adesões para consolidar maioria a seu favor, procurando nomes que demonstram preferência pelo município, ao invés do palanque.
Por outro lado, a oposição a gestão, também indevidamente, mas necessário, procura convencer seus tentáculos a combater a governabilidade e manter maioria parlamentar a fim de não apenas fiscalizar, mas, principalmente, rejeitar atos e ações, que podem ser a favor do palanque e desfavor do município.
Em ambas as situações, reuniões ocorrem no alvoroço do dia, assim como na calada da noite, alimentando especuladores, fofoqueiros e interessados outros.
O que se passa na cabeça da gestora e na consciência de cada vereador, agora só Deus sabe; e o povo vai saber no Ano Novo.
Dia 1º vem aí gente amiga... ‘Que o Natal, lhe traga alegria, saúde e boas novas, e o Ano Novo lhe traga esperança, prosperidade e realizações’. Feliz Natal ! * Feliz 2021!
Por José Carlos de Almeida
Miracema vive expectativa de nomeação do secretariado municipal
Miracema vive expectativa de nomeação do secretariado municipal

A sabedoria popular defende que ‘boa gestão depende de boa equipe’. Nesse contexto, entende-se que a pessoa certa no lugar certo é o ideal. Mas para tanto, a pessoa que vai administrar, necessariamente precisa buscar quem realmente entende da área a ser preenchida.
Numa campanha política partidária, a chapa majoritária busca e recebe apoios de diversas formas e até condições, além dos chamados ‘cabos eleitorais’. Quase todos, em sua maioria, visam recompensa momentânea ou em curto prazo.
Com certeza, os excluídos vão transformar-se em opositores.
Muito embora exista a prerrogativa do concurso público, a pratica das contratações temporárias, assim como as nomeações classificadas em 1º, 2º e 3º escalões da administração municipal, que possibilita a nova gestão, como no jogo de xadrez, tabular peças proporcionalmente a importância técnica e política de cada apoiador.
Acima de qualquer circunstancia, ainda o chamado ‘cargo de confiança’, conforme o título qualifica, sobrepõe-se a qualquer interpretação, inclusive a condição de nepotismo.
O cuidado, mais que necessário, é com a tabulação. A peça imprópria, num local estratégico, ecoa mal e traz ressonância maléfica. Portanto, a jogada preferida pode tornar-se a desastrosa e transformar-se no ‘cheque mate da oposição’.
A razão pela qual novos gestores, na composição do secretariado, jogam contra o tempo, é a preponderância da ‘escolha certa pro lugar certo’. Essa escolha é de sua exclusiva responsabilidade. Agora os 2º e 3º escalões, para a s quais pode e deve atender reivindicações, já terá com quem dividir o sufrágio da contratação.
*Por José Carlos de Almeida
7 DE DEZEMBRO/Desrespeito a Carta Magna e a um Povo Traído
7 DE DEZEMBRO/Desrespeito a Carta Magna e a um Povo Traído


Desrespeito a Carta Magna e a um Povo Traído
Todos os anos, no dia 7 de dezembro, Miracema se torna Capital por um dia devido a decreto que estabelece a transferência dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
Neste dia 7 de dezembro, completam exatos 32 anos que a então Miracema do Norte foi escolhida para ser capital provisória do novo estado da Federação, criado pela Constituição Brasileira, dia 5 de outubro daquele ano (1988).
Na época, o então deputado federal por Goiás, José Wilson Siqueira Campos, juntamente com diversos movimentos separatistas, lograram êxito na divisão do Estado de Goiás, transformando o Norte daquele estado em Tocantins.
Aprovada a existência geográfica do Estado do Tocantins, ele precisava nascer fisicamente e para tal, necessitava de uma mãe e um berço.
Entre as pretensões dos dois extremos mais desenvolvidos na época - Gurupi e Araguaína - sombreadas pela centenária Porto Nacional, no centro das limitações do novo estado, estava a ‘pacata cidade de Miracema do Norte’, terra amada do melhor amigo do nosso ‘velho timoneiro’, Siqueira Campos.
O ‘timoneiro’ que chegou a fazer greve de fome pela criação do Tocantins, presumidamente deve ter cantarolado a canção do ‘Rei’ Roberto Carlos, feita onze anos antes para seu melhor amigo Erasmo Carlos: “Você meu amigo de fé meu irmão camarada (...)”. No histórico dia 7 de dezembro de 1988, José, o Siqueira, escolheu... e José, o Sarney, atendeu: Miracema foi escolhida como primeira capital do novo estado, passando a partir de então, ter o sobrenome, ‘do Tocantins’.
Naquele comemorado dia 7, hoje desrespeitado pelos governos pós Siqueira, a pacata Miracema viveu dias de festa recepcionando os ‘chegantes’ que cantarolavam a música que Evandro Mesquita (Banda Blitz) compôs e lançou cinco antes (1983): A Dois Passos do Paraíso’.
Foram somente doze meses (1º de janeiro a 31 de dezembro de 1989) de glória, esperança e felicidade limitada. Fatos misteriosos fizeram com que uma provisoriedade, quem sabe, de 3 a 5 anos, durasse apenas um.
Em 1º de janeiro, o filho foi tirado da mãe, sendo arrastado de seu berço, até uma região ainda estranha, repleta de barracões inacabados e edificados apressadamente, chamada de Capital, foi traído, também quem sabe, pelo capital.
Com a perda do tempo justo de ser capital, Miracema do Tocantins sofreu a troca do orgulho pelo dissabor, da esperança pela desconfiança e teve o amor próprio ferido.
Portando, com intuito de amenizar a dor pelos males causados à primeira capital, o Estado promulgou os artigos 161º da Constituição do Tocantins e o 2º do Regimento Interno da Casa de Leis (Assembleia Legislativa do Tocantins), que determinam a elevação do município à condição de capital a cada ano.
A partir daí, a cada eleição, vislumbra uma reação, como agora: uma mulher, com a disciplina, rigidez e justiça, conquistada no exercício do oficialato militar, pela sensibilidade, compreensão e tolerância, praticada enquanto enfermeira formada, e sem vícios políticos, mas com honestidade e benevolência, herdados do marido, o prefeito assassinado, que se chama esperança (Camila Fernandes Araújo).
Passados 30 anos, 11 meses e 23 dias que Miracema do Tocantins passou à condição de ex-capital, mais uma vez, a data constitucional foi desrespeita, desta vez, segundo fontes palacianas, a motivação foi a Covid-19.
Os Poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, deixaram, mais uma vez, de cumprir a Constituição Estadual. Mesmo que fosse via ‘live’, como estão exercendo seus atos neste tempo de pandemia, seria uma prova de respeito a Carta Magna e a um povo traído.
Por José Carlos de Almeida
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