“O Ano só começa depois do Carnaval”, dizem os conservadores, acomodados ou os proteladores.
Um dito popular decanta que ‘O ano só começa depois do Carnaval’, quem sabe por que quando o Carnaval passa, saem as máscaras e entram as fantasias.
Com a ressaca das festas de fim de ano, férias letivas, forenses, parlamentares e trabalhistas de uma forma geral, corroboram para um inicio de ano improdutivo, inoperante e até inerte. Quase nada se faz, nada se constrói e apenas se espera o Carnaval chegar. Por isso a máxima ‘O ano só começa... depois do Carnaval’.
A data flexível, ansiosamente aguardada pela maioria dos brasileiros, funciona como uma explosão de emoções dos humanos, expelindo o estresse, a opressão e o extravaso, expressos ou latentes, acumulados durante o ano que passou.
É possível existir pesquisa que ateste o exposto e compare a performance do primeiro para os demais meses do ano. Vale à pena refletir e conferir para poder tolerar o vazio até o Carnaval chegar.
Como é sabido, a maior festa popular do mundo caracteriza-se pela descontração, irreverência e diversão, fazendo com que os foliões se libertem das cordas que os prendem durante o resto do ano.
O Carnaval é um grande negócio. Na verdade trata-se de um evento de grande valor sociocultural, quando milhões de pessoas gastam suas economias, enquanto também milhares faturam muita grana.
No ‘País do Carnaval’, o período entre as comemorações de Natal/Ano Novo e o Carnaval é conhecido por uma fase de lazer e comemoração, que coincide com férias escolares, o recesso do Judiciário e do Congresso Nacional, além da série de pontos facultativos, deixando a sensação de que janeiro e fevereiro são meses praticamente parados. É preciso resistir para não deixar-se contaminar com o recesso e parar a própria vida.
Não é por acaso que todos temos a sensação de que "o ano só começa depois do Carnaval", conforme dito popular sob julgo dos proteladores, conservadores ou acomodados
A origem da palavra Carnaval vem do latim ‘
carnis valles’ (prazeres da carne), cultura milenar, quando as pessoas esbaldavam-se nos quatro dias que antecedem a ‘Quaresma’, para compensar o período de 40 dias de jejum guardados pelos cristãos.
Porém, o gosto carnavalesco não invade todos os espíritos, todos os bolsos e todas as ruas. Para alguns o Carnaval é uma armadilha para o mal, uma licença para o pecado e até um ambiente de drogas, justificando uma despedida dos prazeres da carne. Cada folião curte o Carnaval da forma que lhe apetece, inclusive não participando dele.
Mas, quem acredita/ou não, que o ano só começa depois do Carnaval, que guarde para si, pois é absolutamente importante garantir a liberdade e a escolha de cada um, até porque, segundo a psicanalista Juliane Kravetz,
“Algumas pessoas também precisam de artifícios para começar o que realmente importa e usam o Carnaval como desculpa para adiar seus compromissos”.
Não dá para esperar o momento perfeito para retomar a rotina ou começar uma mudança. A coach Juliana Paes Garcia enfatiza que
, “Se você sempre esperar o momento perfeito, o Carnaval passar, o ano começar, o Brasil sair da crise, estará terceirizando a chance de felicidade a fatores externos a você”.
Portanto, vamos lá: começando ou dando continuidade ao ano, a vida continua e nada espera pra depois, porque o depois é agora.
Por Jornalista José Carlos de Almeida